Autor Tópico: Projeto - Smile  (Lida 132316 vezes)

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Projeto - Smile
« Resposta #30 Online: 10 de Abril de 2006, 07:23 »
Citação de: "FGilii"
Grande Rudolf...

Fico feliz em saber que as coisas estão parando de queimar por aí!

Sua  esposa deve agradecer pela ausência do Cheiro de FET queimado!:)

Muito legal saber que já conseguiu fazer o motor gira  a 4 Khz em meio passo, ou quase metade disso em passo cheio.

Vai aí uma idéia, que honestamente não sei se procede, ou se é possivel de implementar.
Sabemos que um motor de passo tem como característica a perda gradativa do torque contra o aumento da velocidade de rotação.

A idéia seria tentar fazer com que a corrente aumente um tanto quando a rpm vai aumentando, e assim minimizaria o impacto da perda de torque em velocidade.

É como se tentássemos "achatar" e subir um pouco mais a curva de torque de um motor...

Não sei se é possivel - mas só sei que o que queima o motor é excesso de corernte, e não de tensão (ou estou errado???)


Fabio !

Só um pitacuzinho ai : A corrente é como a quantidade de agua que passa por um cano e a tensao é a força com que esta agua se desloca.

O que determina a corrente maxima que um motor, indutor ou resistencia, suporta é a bitola do fio que é utilizado em seu enrolamento. Ou seja, só ira queimar se voce ultrapassar a capacidade de corrente do fio. (Com refrigeraçao forçada o fio aguenta mais corrente).

Só acho que se voce aumentar a corrente demais vai correr o risco de saturar ou desmagnetizar o motor (Talvez eu tenha dito besteira ai, mas serve como alerta para os mais entendidos neste tipo de motor).

Reinaldo

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #31 Online: 11 de Abril de 2006, 20:00 »
Citar

Só um pitacuzinho ai : A corrente é como a quantidade de agua que passa por um cano e a tensao é a força com que esta agua se desloca.

Grande Reinaldo,

Costumo comparar a tensão com a altura da caixa d'água.
Citar

Só acho que se voce aumentar a corrente demais vai correr o risco de saturar ou desmagnetizar o motor (Talvez eu tenha dito besteira ai, mas serve como alerta para os mais entendidos neste tipo de motor).

Você saberia dizer qual é a relação desta corrente limite com a corrente que vem anotada no motor? Será que depende da velocidade do motor?

Abraços,
Rudolf

Offline F.Gilii

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« Resposta #32 Online: 11 de Abril de 2006, 22:37 »
Rudolf,

Não sei qual a relação da corrente nominal que vem anotada na etiqueta do motor, com um possivel aumento efetivo da corrente que circularia pelas fases deste motor, mas sei o seguinte:

Se tivéssemos um motor ideal (sem atritos internos e se sua única característica elétrica fosse Indutância), o Torque seria proporcional a "Amperes - Espiras".

Isso significaria que o Torque seria proporcional ao número de voltas de fio no estator do motor, multiplicado pelos Amperes que circulam por este fio.

Como sabemos, sempre que há fio enrolado em volta de um material magnético como o ferro do estator, haverá uma propriedade elétrica que conhecemos - a Indutância.

A indutância pode ser descrita como Energia armazenada em um campo magnético quando a corrente passa através dessas espiras, e ela tem uma propriedade - Reatância Indutiva - que poderemos pensar nela em "Resistência proporcional à Frequencia", e por conseguinte, velocidade do motor.

Se corrente é igual a voltagem dividido por resistencia, neste caso substituímos resistência por Reatância Indutiva, e concluímos que a Corrente é inversa a Velocidade do motor.

Se torque é proporcional ao numero de espiras, e corrente é o inverso da velocidade, torque também tem que ser o inverso da velocidade...

Então, em um motor "ideal", quando a velocidade tende a zero, o torque tende a infinito, e o inverso seria verdadeiro - quando a velocidade tendesse ao infinito, o torque tenderia a zero.

Eletricamente um motor "real" tem alguma resistencia do fio, o ferro do estatos do motor está sujeito a saturação magnética, e tem perdas por Histerese e corrente de Eddy.

A saturação magnética impõe um limite na corrente em relação ao torque proporcionalmente, enquanto que a corrente de Eddy e a Histerese juntamente com a resistência do fio causam aquecimento do motor.

Se a corrente que for enviada ao motor ultrapassar a corrente nominal, voce corre o risco de danificar o motor.

Seu drive deveria mandar corrente = ao rateado na etiqueta, pois como torque é proporcional a corrente, o torque do motor será constante até o que se chama "Corner Speed".
Acima desse limite (corner speed), a corrente srá limitada pela reatância Indutiva.

Offline F.Gilii

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« Resposta #33 Online: 11 de Abril de 2006, 22:56 »
Continuando,

O resultado é uma curva Velocidade-Torque de duas partes:
uma parte de Torque constante que vai da Velocidade Zero até a interseção da Linha natural de Carga do motor, a tal "Corner Speed", além dela o motor estaria na zona de potencia constante.

Como um motor de passo tem perdas, estas perdas modificam a curva ideal Velocidade-Torque.
A principal perda, e uma das informações mais importantes num motor é o que os americanos chamam de "Detent Torque" (não o "Holding Torque") - é como se fosse uma resistência ao giro.

Ela sempre estará presente enquanto o motor girar, e a potencia consumida para vencer esta força é proporcional à velocidade.

Quanto mais rápido o motor girar, mais esta resistência (Detent Torque) contribuirá para a diminuição da potencia no eixo do motor.

Veja o desenho abaixo - a potencia real sempre estará diminuindo enquanto a velocidade for aumentando.

No final, o driver vai limitar a corrente para o motor abaixo do "Corner Speed", e isso seria uma fonte de corrente.
Acima disso (Corner Speed), a reatância indutiva do motor limitará a corrente, e o driver passará a ser uma fonte de tensão, pois ele aplicará toda a tensão disponível da fonte de alimentação no motor.

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #34 Online: 17 de Abril de 2006, 12:29 »
Mestre Fabio,

Depois você diz que não conhece eletrônica :)

Muitas das informações a seguir eu não conhecia. Valeu pela aula :)

Demorei a responder, pois queria assimilar melhor seus conhecimentos.
Citação de: "FGilii"

(...)
Isso significaria que o Torque seria proporcional ao número de voltas de fio no estator do motor, multiplicado pelos Amperes que circulam por este fio.

Só um complento: Não sei quanto ao torque, mas a indutância é proporcional à corrente e ao QUADRADO do número de espiras.
Citar

(...)
A indutância pode ser descrita como Energia armazenada em um campo magnético quando a corrente passa através dessas espiras, e ela tem uma propriedade - Reatância Indutiva - que poderemos pensar nela em "Resistência proporcional à Frequencia", e por conseguinte, velocidade do motor.
Se corrente é igual a voltagem dividido por resistencia, neste caso substituímos resistência por Reatância Indutiva, e concluímos que a Corrente é inversa a Velocidade do motor.

ACHO que a impedância indutiva é muito mais influenciada pela freqüência do chopper do que a velocidade do motor, não? Claro, a partir de uma certa velocidade, não existe mais chopper.
Citar

(...)
Se a corrente que for enviada ao motor ultrapassar a corrente nominal, voce corre o risco de danificar o motor.

Ainda tenho que aprender mais sobre esta corrente nominal. Se o chopper trabalha chaveando uma corrente, qual é a corrente nominal, a corrente MÉDIA enviada ou a máxima? Se for a média, enquanto estiver passando corrente, esta será maior do que a nominal. Se for a máxima, a corrente média que chegará no motor ficará abaixo da nominal, ou seja, qualquer chopper enviaria menos "torque" ao motor do que uma phase driver ou um linestep. É isso mesmo?
Citar

(...)
Como um motor de passo tem perdas, estas perdas modificam a curva ideal Velocidade-Torque.
A principal perda, e uma das informações mais importantes num motor é o que os americanos chamam de "Detent Torque" (não o "Holding Torque") - é como se fosse uma resistência ao giro.

O que é Holding torque?

Abraços,
Rudolf

Offline F.Gilii

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« Resposta #35 Online: 17 de Abril de 2006, 14:46 »
Herr Rudolf escreveu:
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ACHO que a impedância indutiva é muito mais influenciada pela freqüência do chopper do que a velocidade do motor, não? Claro, a partir de uma certa velocidade, não existe mais chopper.

Acho que voce confirma o que eu escreví: "A indutância pode ser descrita como Energia armazenada em um campo magnético quando a corrente passa através dessas espiras, e ela tem uma propriedade - Reatância Indutiva - que poderemos pensar nela em "Resistência proporcional à Frequencia", e por conseguinte, velocidade do motor."

E voce diz que "à partir de uma certa velocidade, não há mais a influência do "chopper", - mas será que se a gente aumentar BEM a tensão de alimentação, o "chopper" ainda vai atuar???

Citar
Ainda tenho que aprender mais sobre esta corrente nominal. Se o chopper trabalha chaveando uma corrente, qual é a corrente nominal, a corrente MÉDIA enviada ou a máxima? Se for a média, enquanto estiver passando corrente, esta será maior do que a nominal. Se for a máxima, a corrente média que chegará no motor ficará abaixo da nominal, ou seja, qualquer chopper enviaria menos "torque" ao motor do que uma phase driver ou um linestep. É isso mesmo?

Penso que quando o chopper estiver atuando, "na média" a corrente fica dentro do que foi setado pelo trimpot.

Acho que o mesmo vale para a tensão, que mesmo alimentando com p. ex. 45V, na média a tensão ficará dentro dos limites do motor escolhido.

Os acionamentos em "chopper" são muito mais eficientes que uma phase drive.
A placa "linistepper" tem o que eles chamam de "acionamento COM controle de torque", pois eles varia a intensidade de corrente enviada a uma fase num determinado instante...poderemo s falar disso em outra oportunidade !

Torque é o que o motor gera - não a placa - Torque informalmente falando, é a "Força Rotacional" - é o resultado de trabalho x distancia.

Nos motores, torque é expresso em Nm (Newton x metro), KGFxcm (kilograma-força x centimetro) ou outra unidade qualquer...é força x distancia...

Citar
O que é Holding torque?

Não tem uma tradução corrente em Portugues, mas seria o "Torque de mantenimento".
É o torque que, com o motor energizado, se opõe à rotação. Em geral é muito elevado, e em muitas vezes praticamente impossível de se girar o eixo com as mãos - sómente através de uma chave ou alavanca.
Lembra da explicação que eu dei aí em cima, quando comento que um motor de passo quando está com velocidade "zero", o torque tende à infinito? :)

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #36 Online: 18 de Abril de 2006, 07:44 »
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E voce diz que "à partir de uma certa velocidade, não há mais a influência do "chopper", - mas será que se a gente aumentar BEM a tensão de alimentação, o "chopper" ainda vai atuar???

Ave, Fabio,

ACHO que sim, mas não tenho certeza disso.
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Penso que quando o chopper estiver atuando, "na média" a corrente fica dentro do que foi setado pelo trimpot.

Exemplifico minha dúvida: Se estiver usando um motor com corrente nominal de, digamos, 1A, e o chopper estiver enviando corrente em 50% do ciclo, o driver vai enviar 0A-1A (limitado pela corrente nominal, mas com 0,5A de média) ou 0A-2A (média de 1A, que é a corrente nominal, mas com metade do tempo enviando bem mais que a corrente nominal)? Qual seria o correto?
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Os acionamentos em "chopper" são muito mais eficientes que uma phase drive.
A placa "linistepper" tem o que eles chamam de "acionamento COM controle de torque", pois eles varia a intensidade de corrente enviada a uma fase num determinado instante...poderemo s falar disso em outra oportunidade !

Como funciona esta variação? Na sexta verifiquei na prática que, se eu enviar mais corrente com o aumento da velocidade, consigo velocidades maiores. É mais ou menos assim que funciona uma linestep no que se refere a "varia a intensidade de correntes enviada a uma fase num determinado instante"?
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Torque é o que o motor gera - não a placa - Torque informalmente falando, é a "Força Rotacional" - é o resultado de trabalho x distancia.

Perdão, mestre (acho que vou ficar sem minha ração de cebola e água de novo). Não soube o termo correto e acabei usando torque entre aspas. Quis dizer que o driver enviaria mais corrente, que resultaria em aumento do torque.
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Nos motores, torque é expresso em Nm (Newton x metro), KGFxcm (kilograma-força x centimetro) ou outra unidade qualquer...é força x distancia...

Vou fazer um medidor de torque estático (é este o termo qdo o motor está parado) em breve. Vai me ajudar a quantificar o driver. Seu Nema 34 tem quanto de torque?

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #37 Online: 18 de Abril de 2006, 14:12 »
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Exemplifico minha dúvida: Se estiver usando um motor com corrente nominal de, digamos, 1A, e o chopper estiver enviando corrente em 50% do ciclo, o driver vai enviar 0A-1A (limitado pela corrente nominal, mas com 0,5A de média) ou 0A-2A (média de 1A, que é a corrente nominal, mas com metade do tempo enviando bem mais que a corrente nominal)? Qual seria o correto?

Acho que o correto seria dizer que um circuito tipo "chopper" estará controlando a CORRENTE, então, provavelmente a corrente enviada será a NOMINAL do motor. O que estaria "na média" digamos assim, seria a tensão, já que usamos uma tensão muito mais elevada que a de etiqueta do motor, e o circuito de pwm é quem mantém a tensão nos limites do motor....

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Como funciona esta variação? Na sexta verifiquei na prática que, se eu enviar mais corrente com o aumento da velocidade, consigo velocidades maiores. É mais ou menos assim que funciona uma linestep no que se refere a "varia a intensidade de correntes enviada a uma fase num determinado instante"?

Fui muito infeliz na minha explicação... Na verdade, o cara da Linistepper fez um acionamento em meio passo, e ele modula a intensidade de corrente que ele manda para o motor em cada fase energizada.
Abaixo está um gráfico aproximado do que o programa dela faz...

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Vou fazer um medidor de torque estático (é este o termo qdo o motor está parado) em breve. Vai me ajudar a quantificar o driver. Seu Nema 34 tem quanto de torque?

Eu sei que postei uma idéia de "dinamômetro" para medir o torque de um motor de passo para o Ricardo, mas honestamente não lembro onde...
Aqueles motores Nema 34 que estão com voce são de 10,8 kgfxcm.

Offline F.Gilii

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« Resposta #38 Online: 18 de Abril de 2006, 14:17 »
Rudolf,

Esquecí de citar:
O gráfico acima, além de ilustrativo, está se referindo a um acionamento maior que meio passo, mas não representa nenhum tipo de acionamento em especial (neste caso 1/4 de passo).
Quando uma fase está a 100% de corrente, a outra está a zero (e este é o único momento onde só tem uma fase energizada - nos outros momentos, uma fase estará a 92% e a outra a 38%, e assim por diante.

O fabricante da linistepper cita que em determinados instantes ele mantém as duas fases energizadas, só que uma delas em 70% e a outra a 100% (o que pra mim não faz muito sentido).
Pelo que eu entendí, esta foi a forma que ele encontrou de minimizar a variação de torque quando calha que uma fase fica energizada e a outra não (por pura característica mecanica, devido a posicionamento fisico das fases internamente no motor)

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #39 Online: 19 de Abril de 2006, 12:29 »
Citação de: "fgilii"

Acho que o correto seria dizer que um circuito tipo "chopper" estará controlando a CORRENTE, então, provavelmente a corrente enviada será a NOMINAL do motor.

Ave, Fabio,

Após umas pesquisadas, vi que a corrente média do PWM é a nominal do motor (acabei descobrindo por que o driver estava tão fraco), ou seja, novamente você tem toda a razão (que novidade :) )
Citar

O que estaria "na média" digamos assim, seria a tensão, já que usamos uma tensão muito mais elevada que a de etiqueta do motor, e o circuito de pwm é quem mantém a tensão nos limites do motor....

Sei que estamos falando a mesma coisa, só que de pontos de vistas um pouco diferentes.

No caso de um driver que funciona com PWM, o importante é sempre a corrente. Devido à manutenção da potência ATIVA enviada ao motor, a corrente e a tensão MÉDIA é a nominal do motor, mas não a instantânea. Se a fonte for de, digamos, 100V, durante o ciclo de trabalho do PWM é esta tensão de 100V que vai ser entregue ao motor, acarretando uma corrente INTANTÂNEA muito alta. Durante um tempo MUITO MAIOR, quando o transistor estiver desligado, nada é entregu ao motor. O segredo é que, durante o período do PWM, a corrente e, por conseqüência, a tensão ficarão com o valor nominal do motor, muito abaixo da de pico.
Citar
Na verdade, o cara da Linistepper fez um acionamento em meio passo, e ele modula a intensidade de corrente que ele manda para o motor em cada fase energizada.

Acho que vou falar com pouco conhecimento de causa, já que faz muito tempo que vi o circuito da linestep (fica difícil olhar agora, pois estou em horário de almoço na empresa).

Creio que não há modulação da corrente na linestep. O que existe é a polarização do transistor na faixa linear, gerando uma corrente estável (sem o ligar e desligar de um chopper). Por outro lado, é exatamente por estar na faixa linear que o transistor esquenta tanto.
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(...)
Quando uma fase está a 100% de corrente, a outra está a zero (e este é o único momento onde só tem uma fase energizada - nos outros momentos, uma fase estará a 92% e a outra a 38%, e assim por diante.

Talvez eles obtivéssem um melhor resultado se, num determinado ângulo, colocássem 100% de corrente numa bobina e proporcional à  tangente do ângulo na outra. O torque iria de 100% a 141% (45 graus).
No seu exemplo(92% e 38%), ficaria 100% e 41,4% (o ângulo também seria de 22,5 graus), dando um torque de 108% em relação a uma única fase energizada (no seu exemplo seria de 100%).

Não sei se consegui me expressar bem.
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O fabricante da linistepper cita que em determinados instantes ele mantém as duas fases energizadas, só que uma delas em 70% e a outra a 100% (o que pra mim não faz muito sentido).

Formariam um ângulo de 35 graus, não?
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Pelo que eu entendí, esta foi a forma que ele encontrou de minimizar a variação de torque quando calha que uma fase fica energizada e a outra não (por pura característica mecanica, devido a posicionamento fisico das fases internamente no motor)

Não entendi o que ele quis dizer com isso.

Abraços,
Rudolf

PS: Posso ter errado feio alguns cálculos, pois tenho que sair da internet agora...

Offline F.Gilii

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« Resposta #40 Online: 19 de Abril de 2006, 14:19 »
Fabio falou:
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O que estaria "na média" digamos assim, seria a tensão

Acho que falei besteira - o que estará na média será a corente - a alta tensão é usada para fazer a corrente subir bem rápido - o pwm corta e a corrente cai até um determinado nivel, o pwm liga de novo, e assim sucessivamente (como já sabemos).

Rudolf escreveu:
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Não entendi o que ele quis dizer com isso.

O que eu quis dizer é que sempre vai haver um momento onde só uma fase estará energizada (no caso de um acionamento unipolar).
Vamos ver por exemplo um acionamento em meio passo:
Num dado instante, uma fase estará energizada; no passo seguinte, 2 fases; e no terceiro passo 1 fase, e assim sucessivamente.

Esta forma de energização traz as seguintes caracteristicas:
torque variável entre 1x e 1,4x;
corrente variável entre 1x e 2x...

Citar
Talvez eles obtivéssem um melhor resultado se, num determinado ângulo, colocássem 100% ...

Não soube explicar direito, mas no gráfico acima a curva desenhada se refere a um torque constante, e por isso das intensidades sugeridas.
Claro que se a gente modular a corrente das fases com intensidades diferentes, a resultante será igualmente diferente. De repente o funcionamento passa a ser um pouco mais "áspero"...

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #41 Online: 19 de Abril de 2006, 18:32 »
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O que eu quis dizer é que sempre vai haver um momento onde só uma fase estará energizada (no caso de um acionamento unipolar).
Vamos ver por exemplo um acionamento em meio passo:
Num dado instante, uma fase estará energizada; no passo seguinte, 2 fases; e no terceiro passo 1 fase, e assim sucessivamente.

Esta forma de energização traz as seguintes caracteristicas:
torque variável entre 1x e 1,4x;
corrente variável entre 1x e 2x...

Ave Fabio,

"corrente variável entre 1x e 2x..." Corrente total do motor, não? Por bobina seria 1x em cada uma delas. Confere?

Você disse anteriormente que "O fabricante da linistepper cita que em determinados instantes ele mantém as duas fases energizadas, só que uma delas em 70% e a outra a 100% (o que pra mim não faz muito sentido).
Pelo que eu entendí, esta foi a forma que ele encontrou de minimizar a variação de torque quando calha que uma fase fica energizada e a outra não (por pura característica mecanica, devido a posicionamento fisico das fases internamente no motor)
"

Não sei como energizar uma fase em 100% e a outra em 70% (torque de 1,22x) minimizaria a variação de torque. Com estas correntes teríamos um ângulo de 35 graus, certo? Para minimizar o torque, basta usar 57% e 82% da corrente. Assim o torque teria o mesmo valor que somente uma das fases energizadas. Ou não é bem assim?

Citar
Não soube explicar direito, mas no gráfico acima a curva desenhada se refere a um torque constante, e por isso das intensidades sugeridas.
Claro que se a gente modular a corrente das fases com intensidades diferentes, a resultante será igualmente diferente. De repente o funcionamento passa a ser um pouco mais "áspero"...

Aproveitando o gancho, você acha que se, na metade do passo (com as 2 bobinas energizadas), o movimento ficaria mais "suave" se usarmos, em ambas boinas, 70% da corrente (torque de 1x) ao invés de 100% (torque de 1,4x)?

Você já testou uma linestep? O que achou?

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #42 Online: 19 de Abril de 2006, 19:26 »
Rudolf,

Testar uma Linistepper eu não testei.
Eu começei a montar uma placa dessas, mas parei porque fiz a minha placa chopper para 3 motores, e ela me atendeu muito bem...

Citar
"corrente variável entre 1x e 2x..." Corrente total do motor, não? Por bobina seria 1x em cada uma delas. Confere?

Quando uma fase estiver energizada, corrrente consumida 1x; quando as 2 fases estiverem energizadas, a corrente consumida será 2x.
Veja: esta afirmação é válida para por exemplo um acionamento em meio passo como a minha placa atual, mas não seria isso que acontece em por exemplo uma placa Linistepper;

Acredito que o movimento do motor não será muito "suave", pois haveria esta variação de torque, já que no instante onde as 2 fases estiverem sendo energizadas, estará passando 100% de corrente nas duas - e é a resultante que vemos no grafico (posição 45º).
Penso que neste arranjo acima, o pior torque é = 1,  a média da corrente seria = (1+2)/2 = 1,5; a corrente máxima seria = 2 (se parar nesse passo!) - e isso tudo SEM controle de torque.

Estive relendo as anotações do James, e ele aponta uns testes que ele teria feito, e eu coloco os numeros dele a seguir:
Segundo ele, o único jeito de "manter o torque em todos os passos" seria reduzir a corrente enviada às fases quando elas forem ser energizadas.

O modelo matemático aponta para 70,7%, mas segundo ele a realidade é outra...
Ele sugere acionar as duas fases contemporâneamente com 60%.

Dessa forma, o pior torque será = 1,  a média de corrente será (1+1,2)/2 = 1,1 , e a máxima corrente será de 1,2.

http://www.scenix.net/techref/io/stepper/linistep/halfstep.htm
`
Comente o que achou...

Offline Rudolf Waller

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« Resposta #43 Online: 20 de Abril de 2006, 08:02 »
Citação de: "fgilii"

(...)
Estive relendo as anotações do James, e ele aponta uns testes que ele teria feito, e eu coloco os numeros dele a seguir:
Segundo ele, o único jeito de "manter o torque em todos os passos" seria reduzir a corrente enviada às fases quando elas forem ser energizadas.

O modelo matemático aponta para 70,7%, mas segundo ele a realidade é outra...
Ele sugere acionar as duas fases contemporâneamente com 60%.

Dessa forma, o pior torque será = 1,  a média de corrente será (1+1,2)/2 = 1,1 , e a máxima corrente será de 1,2.

http://www.scenix.net/techref/io/stepper/linistep/halfstep.htm
`
Comente o que achou...

Mestre Fabio,

É... Isso dá muito o que pensar...

Me diz uma coisa: o Nema23 tem 5,6 Kgf.cm de torque, certo? Com este processo do link, quanto ele teria? Ou seja, este torque de 5,6 Kgf.cm é com as 2 fases energizadas com 100% da corrente nominal?

Ainda estou tendo um pouco de dificuldade de fazer a realimentação da corrente (amanhã vou estar na masmorra do Sir Jorge para ele analisar o driver). Assim que a realimentação estiver ok, faço o medidor de torque (se chama dinamômetro?) que vc sugeriu e começo a brincar. Para o DSP é muito fácil colocar qualquer quantidade de corrente dinamicamente, seja com motor parado ou em movimento. Quero fazer uns testes com estas novas informações.

Putz, quando acho que estou começando a chegar lá, vem alguém e mostra que ainda tem muito a ser pesquisado. Foi este um dos motivos que me fez colocar uma comunicação serial, ou seja, o próprio usuário poderia atualizar o firmware com novos recursos. Claro, isso TEM que ser feito de forma estupidamente simples por ele :)

Uma dúvida: quem postou a mensagem, o James Newton ou o Roman Black?

Abraços,
Rudolf

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« Resposta #44 Online: 20 de Abril de 2006, 09:06 »
Rudolf,

Existe no mercado motores tamanho 23 (nema23) com torques variando de 4 kgfxcm a 12 kgfxcm.
Alguns modelos de motores muito faceis de se encontrar no nosso mercado (principalmente de usados) tem em torno de 6 kgfxcm.
Um motor bem comum (23LM C004) tem 6,5 kgfxcm de "holding torque".

Eu estou meio confuso, mas Sir Jorge vai poder confirmar, mas acho que a grande maioria dos fabricantes informa o torque do motor com 2 fases energizadas - com certeza é com 100% da corrente nominal, mas parece que tem um jogo na tensão, pois alguns fabricantes informam (ou medem) o torque com tensão nominal, e outros com por exemplo 24 volts - outros em acionamento tipo pwm e outros não.

De qualquer forma, para mim o que interessa é o "holding torque", pois no momento do projeto de um dispositivo mecanico, eu também levo em consideração o rendimento do tipo de acionamento mecanico que este motor moverá, as velocidades, passos de rosca e mais algumas imformações, e chego a um resultado "aproximado" do torque disponivel, e uso "de 25 a 30%" desse valor como efetivo!!!!

Como vê, faço um prognóstico bem pessimista do comportamento que um determinado motor teria quando montado numa máquina!

Acho que aqui no forum teve um colega (ricardo44) que perguntou como ele poderia fazer um "dinamometro" simples, e eu postei alguma coisa pra ele.
Não se trata de um dinamometro real, mas ajuda para elucidar um pouco, e quem sabe avaliar em que pé está o "holding torque" de um determinado motor.
Tem uma das idéias que usa uma balança como medidor - muito interessante!

Em tempo - as afirmações sobre o Linistepper são feitas pelo Roman Black, e não pelo James Newton como afirmei.

 

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